Bispo divulga carta em apoio aos trabalhadores; Leia na integra

Agencia Vista • jan. 14, 2022

Carta aberta em apoio aos trabalhadores(as)

“Não se pode servir a dois senhores. 

Não se pode servir a Deus e às riquezas” (Mt 6,24).

 

 

A Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano, que abrange as regiões de Itabira, João Monlevade e o Vale do Aço, vem acompanhando atentamente a atual conjuntura do país, bem como do mundo, que passa por uma crise econômica, ambiental e institucional, trazendo consequências para toda a sociedade. Acompanha igualmente os últimos acontecimentos, sobretudo em relação às demissões dos trabalhadores (as), nas diversas empresas nas três regiões desta Diocese, o que traz grande preocupação para todos nós: desemprego, endividamento das famílias, fechamento de comércios, mudanças forçadas em busca de alternativas de trabalho, desintegração familiar etc.

Sabemos que muitos trabalhadores vivem numa situação de total insegurança quanto ao seu futuro diante da eminência de demissão ou proposta de redução de salários e jornada de trabalho, por parte de algumas empresas. Junta-se a tudo isso, a crise ambiental, que reduz drasticamente as condições básicas de sobrevivência sob a face da terra e, entre outras coisas, forçam medidas impactantes na economia familiar.

Enquanto Igreja, reafirmamos o nosso compromisso com a defesa da vida em todas as suas dimensões. São João Paulo II, no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, diz: “Em nenhum caso a pessoa humana pode ser instrumentalizada para fins alheios ao seu mesmo progresso, que pode encontrar cumprimento pleno e definitivo somente em Deus e em Seu projeto salvífico”.

A crise econômica, ambiental e institucional acarreta consequências negativas impactantes na dignidade humana e nas relações interpessoais. Desta forma, todos são convocados a respeitar e promover integralmente a pessoa, em seus direitos fundamentais, e a família. Esta responsabilidade recai não somente sobre cada um de nós, mas também sobre o Estado e seus organismos, uma vez que esta é a razão de ser de toda autoridade política, e também sobre instituições privadas. “Para assegurar o bem comum, o governo de cada País tem a tarefa específica de harmonizar com justiça os diversos interesses setoriais”, como nos afirma São João Paulo II no Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

A Igreja se sente no dever e no compromisso de ajudar a defender o direito ao trabalho a todos, conclamando as pessoas de bem para estarem juntos nesta missão; de modo especial àqueles que têm o poder de decisão sobre a vida dos trabalhadores (as) e postos de trabalho – empresas e empresários, dirigentes nas empresas ou dirigentes sindicais, autoridades políticas e demais lideranças – para que façam o possível para defender e garantir o emprego de todos. A chamada “crise” econômica não pode ser uma saída para justificar o fechamento de postos de trabalho e a demissão dos trabalhadores.

Expressamos a nossa solidariedade às pessoas que perdem seus empregos ou que passam por este momento de insegurança e turbulência, colocando-nos à disposição para possíveis diálogos ou negociações em favor do emprego para todos.

Desejando um futuro seguro, na esperança de dias melhores, pedimos a bênção de Deus para todas as pessoas de bem e por todos que trabalham por um país justo e solidário.

 

Dom Marco Aurélio Gubiotti

Bispo da Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano

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