AREIA SUSTENTÁVEL: METABASE ACITA E VALE INICIAM DISCUSSÕES.

Tonny Morais • ago. 02, 2022

Produto que reduz a geração de rejeitos aumenta possibilidade de diversificação econômica de Itabira.

As instituições representam a força econômica do município, já que concentram os trabalhadores (Metabase), comércio, indústria, serviços e agropecuária (Acita) e atividade de extração mineral (Vale). Baseados em estudos da mineradora, chegaram à conclusão da possibilidade do uso da areia, extraída dos rejeitos, para o desenvolvimento de um novo parque industrial em Itabira. Isso é possível, tanto é que a empresa, processou somente em 2021, mais de 250 mil toneladas do produto e foram destinados à venda para empresas ou doação a prefeituras. Ainda de acordo com a Vale, já foram negociadas mais de 1 milhão de toneladas de areia para empresas de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e o Distrito Federal. A perspectiva para 2023 é de ainda mais crescimento, alcançando 2 milhões de toneladas. André Viana, presidente do Metabase Itabira destacou a importância deste momento: “Discutimos há tempos a diversificação econômica do município: polo em educação, facilitadores para implantação de indústrias, mas a economia circular é a mais nova realidade. Sustentabilidade, desenvolvimento sustentável são palavras quem compõem essa economia e Itabira já dispõe de um produto que irá alavancar nosso economia regional: o rejeito de minério, que devidamente processado, se transforma em areia e além da construção civil, pode ser usada em cimento, pavimentação e até pré-moldados de concreto”. O processamento do rejeito produzido pela empresa traz a redução da disposição de rejeitos no meio ambiente, diminuindo o impacto causado, inclusive à sociedade. “A tendência natural é o “desaparecimento” das pilhas e barragens de rejeito, já que todas essas estruturas serão transformadas em areia e utilizadas em ações que já citei”, disse o presidente do maior sindicato da região. Eugênio Muller, diretor da Acita, disse que “a cidade de Itabira possui diversos ativos que contribuem fortemente para a atração de empresas que usem esta areia na fabricação de produtos que vão desde vidros até indústria alimentícia: disponibilidade de áreas para instalação de um novo parque industrial, logística privilegiada com a ferrovia, energia com a possibilidade de um ramal de gás natural, mão de obra capacitada e universidades com imenso potencial inovador e tecnológico. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, transformar um passivo ambiental em produtos faz florescer novas indústrias no município, ampliando a perspectiva de iniciar um virtuoso ciclo de desenvolvimento socioeconômico numa celeridade até então inimaginável”. O empresário Muller destaca a união: “Para transformar todo este potencial em realidade, gerando empregos, renda, desenvolvimento socioeconômico, sustentabilidade ambiental e diversificação econômica há um longo caminho. É necessário a convergência dos interesses e das forças políticas, econômicas e sociais da cidade no sentido da construção de uma agenda de trabalho que trilhe objetivos comuns”, salientou o diretor da Acita.

 

Reconversão econômica
Este assunto também é tema de discussão no Projeto de Reconversão Produtiva de Itabira. O projeto visa contribuir para a redução da dependência econômica em relação à atividade minerária e identificar novas possibilidades de sustentação econômica e desenvolvimento local. Em 2021 foi realizado na Acita o Seminário de Alternativas Econômicas Locais de Itabira e Região. Teve como objetivo explicar o plano de atuação do projeto e as perspectivas de futuro em Itabira e região. Esta ação é uma iniciativa da Prefeitura de Itabira, Sebrae, Acita, Unifei, Fiemg, Ibram, Amig e Governo de Minas. Conta com o apoio do Metabase Itabira.

 

Entenda:

De acordo com a Vale, foram realizados investimentos na ordem de R$ 50 milhões no desenvolvimento de uma areia produzida a partir de adequações na operação de minério de ferro em Minas Gerais. O material arenoso, anteriormente descartado em pilhas e barragens, é processado e transformado em produto, seguindo os mesmos controles de qualidade da produção de minério de ferro. Após sete anos de pesquisa, a “Areia Vale” chega à indústria da construção civil como uma alternativa 100% legal e eficiente para uso em cimento, pré-moldados em concreto, blocos intertravados, pavimentação, entre outros. O que antes era rejeito, agora, retorna para um novo tratamento e torna-se um produto com alto teor de sílica e baixo teor de ferro. Por tratar-se de um processamento essencialmente físico, a areia não apresenta toxicidade, visto que não sofre alteração na composição dos materiais. Outro ponto positivo para a construção civil, é que o produto apresenta alta uniformidade química e granulométrica.

Foto: Marcelo Gasparino (Coordenador do Comitê de Sustentabilidade e Membro do conselho de administração da Vale)

- Eugênio Müller (Diretor da ACITA)
- André Viana (Presidente do Metabase e membro do Conselho de Administração da Vale)


    Adicione o seu HTML personalizado aqui
    Por Alan Henrique 08 mai., 2024
    Xande de Pilares reúne multidão na Semana do Trabalhador
    Por Alan Henrique 08 mai., 2024
    ACT específico, PLR, ação coletiva sobre barragens e muito mais...
    Por Alan Henrique 07 mai., 2024
    Reunião Intersindical, em prol dos trabalhadores do setor de armazém e logística que estão sofrendo com a terceirização
    Share by: